terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

QUARESMA - PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO

"O período quaresmal é o tempo mais oportuno para o povo de Deus refletir sobre o significado da paixão, morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo". (Preciso Falar vol. 1).

Nos textos Bíblicos indicados para este período do Ano da Igreja destaca-se, especialmente, aspectos da ação de nosso Senhor em favor de todos os homens. Se no tempo da Epifania  lembramos o "O DEUS CONOSCO", agora na Quaresma é lembrado o "SERVO SOFREDOR", o Rei dos reis e o Senhor dos senhores.

Qual foi, na verdade a missão de Jesus aqui neste mundo? Fazer milagres, solucionar problemas imediatos de um povo carente e cheio de problemas existenciais? Embora que nosso Senhor não tenha se negado a ajudar pessoas em suas dificuldades físicas e emocionais, a vinda de Cristo, o Messias, foi para derrotar os maiores inimigos do homem, ou seja, o diabo, o mundo e a própria natureza corrupta do homem que se deixou corromper já lá no Jardim do Éden. Jesus veio para ser tentado, à nossa semelhança, veio para ser rejeitado por todos e crucificado através de mãos sujas daqueles que não o aceitaram como Filho de Deus e Salvador do mundo. E é isso que as leituras bíblicas enfatizam neste período.

Portanto, ao refletir, sobre a luta que Jesus teve que enfrentar em nosso favor e por nós, queremos meditar sobre todas as tentações e todas as batalhas que enfrentamos no dia a dia  contra o pecado. E, sobretudo queremos ser mantidos firmes na fé e confiantes de que,  pela obra de Cristo, fomos reconciliados com Deus.

Guardar, pois, o tempo da Quaresma, com devoção e admiração, significa viver por causa de Cristo e em Cristo, o que nos traz consequencias para nossa vida e para as pessoas ao nosso redor. Por isso vivamos, não para nós mesmos mas, verdadeiramente arrependidos, vivamos para aquele que por nós morreu e ressuscitou. Por isso aceitemos a recomendação de nosso Salvador que diz: "Quem quiser salvar a sua vida, tome a sua cruz e siga-me".  Amém.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

POR QUE CINZAS ?



No contexto litúrgico deste dia, lembra-se o rito de colocar cinzas sobre as cabeças. Este rito tem origem bíblica e foi mantido pela igreja e tradição cristã por causa do seu conteúdo amplo, rico e educativo que aponta para nossa condição de pessoas pecadoras diante de Deus. Somos criaturas mortais e nos conscientizamos de nossa fragilidade a fim de avaliarmos os rumos que envolvem nossas vidas: do pó ao pó (Gn 3.19). Além disso, somos chamados a crer no Evangelho de Jesus e em sua proposta de Reino, mudando nossa maneira de ver, pensar, agir.  

A Quarta-Feira de Cinzas quer nos lembrar que a toda a vida do cristão é de humildade, dependência e arrependimento. Uma boa maneira de se referir a esse dia está no ensino luterano ao afirmar que “somos submissos e pertencemos a Cristo em virtude de nos ter comprado com seu sangue. Assim, devemos afogar diariamente o velho homem e a natureza pecaminosa em nós, por contrição e arrependimento diários”.

Por que cinzas? É para lembrar que, de fato, somos pó. Mas não reduzidos ao pó! A fé em Jesus ressuscitado faz com que a vida renasça das cinzas. Quando o ser humano reconhece sua condição de criatura realmente necessitada da ação de Deus, em Cristo e no Espírito Santo, então Jesus Cristo faz brotar a vida de nossa condição mortal.

O Salmo (51.1-13) é uma suplica profunda de um ser humano que reconhece e sente pesar por seus pecados e que tem plena consciência dos seus pecados. Joel (2.12-19) usa a trágica da praga dos gafanhotos para pregar o convite de Deus ao arrependimento e perdão. Esse é o dia do Senhor. Na Epistola (2 Co 5.20b-6.10), diante dos conflitos internos e das dificuldades de relacionamento com o apóstolo Paulo, a igreja de Corinto é chamada a ser sinal vivo da reconciliação entre Deus e o povo. Cristo faz-se pecado, um excluído por nós e nos reconcilia com Deus. E o Evangelho (Mt 6.1-6; 16-21) recomenda de não agirmos com a finalidade de sermos aplaudidos ou de queremos aparecer com nossas boas ações e orações. (Lista Pastores da IELB - Aragão/2007).